Palavras são mágicas. Mas pela
primeira vez na vida não as tinha. Quase um grilo falante, rato de biblioteca,
do tipo que se distrai até com bula de remédio, de uma hora para outra a graça
pelas palavras apagou. Primeiro no susto. Depois na compreensão. E por último
no medo. Sim, é natural ter medo do perigo. Instinto. As leituras foram ficando
arrastadas, os livros compridos. Mas a delicadeza de uma amiga querida fez
milagre, com um mimo que chegou em forma de mensagem. Coragem. É disso que
preciso, porque o gosto pela vida e as ferramentas para lutar acho que tenho.
De outra forma não teria chegado até aqui, já que foram tantos tropeços pela
vida. Que venham os livros, revistas, anúncios, bilhetes.... o futuro me espera. Que os anjos me protejam.
Coragem e esperança! Beijos
ResponderExcluirObrigada pela força!
ExcluirQuerida Maria...
ResponderExcluirComo você, eu também gosto das palavras. E me maravilho diariamente com o imenso poder que elas têm: o poder de curar, o poder de ferir, o poder de acalentar e de seduzir. Impossível contar as inúmeras vezes vezes em que eu fui salva pelas palavras: de um parente distante, de um amigo querido, de uma música marcante, de um autor preferido... E também as vezes em que elas me cortaram feito faca afiada, feito caco de vidro. Como você, também já fiquei sem palavras. Algumas vezes por susto, outras por medo, e muitas vezes por elas terem se emaranhando na hora de expressar o tumulto, a revolução que se passava dentro de mim. Mas mais do que tudo, as palavras sempre foram o meu porto seguro, o meu refúgio, a minha canoa em meio ao mar revolto.
Espero muito que as palavras que vão chegar até você, vindas de todo mundo que te ama, te ajudem a navegar esse seu mar revolto, e te conduzam à terra firme. Que a palavra coragem te reforce, que a palavra paciência te acalme, que a palavra carinho de aconchegue. E que nessa fase de dúvidas e medos e incertezas, você se cerque somente das palavras bonitas - sorriso, brisa, flor, ternura, esperança, amor.
Beijo,
Eli Fajardo
Obrigada pelo apoio, belas 'palavras'. Eu também não saberia viver sem elas, e confesso que estou deliciosamente surpresa com tanta demonstração de carinho. Muito embora algumas pessoas achem que estou me expondo, falando abertamente sobre o assunto, como no face por exemplo. Mas desafio essas pessoas a ficarem caladas com uma notícia dessas, sufocaria se fosse obrigada a isso. E tem também o lado de desmistificar a doença, pois em pleno século XXI alguns ainda se referem a ela como C.A., como se fosse uma palavra feia! Obrigada, mais uma vez.
ExcluirComo estamos falando de palavras, Maria, eu também acredito que é preciso dar "nomes" às coisas. Só assim é possível desmistificar e acabar com os pre-conceitos. Ao mesmo tempo, só você sabe o quanto se expor e o quanto se proteger. Nesse processo todo, acho que a única regra é você seguir seu coração, seus instintos. E a única certeza é a de que, mesmo que muitas vezes você se sinta frágil, você vai sair dessa história ainda mais forte do que já é! :)
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