23 de dezembro de 2019
Lilla Ferreira
Espaço para cultura, arte, e blá, blá, blá...
sábado, 23 de dezembro de 2023
quarta-feira, 29 de novembro de 2023
#franciscadiniz
Sempre tive medo dessa tal meditação. Relaxar, acalmar, organizar a mente, tenho até preguiça de pensar no assunto. Até tentei, depois de ler artigos interessantes ou ver programas na televisão. Confesso, senti inveja ao observar aquela cena bonita, uma pessoa relaxando. Daí acabei descobrindo, depois de me revelarem que estava com sequelas da tal toxicidade da quimioterapia, que agora eu era definitivamente uma adulta com diagnóstico de TDAH, que havia também uma tal de Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA). Ou seja, quando o seu cérebro é inundado por pensamentos acelerados, o tempo todo, dificultando a concentração e causando desgaste da saúde física e mental. Estava explicado!
Sabe aquele ditado, que eu não lembro porque sou péssima com ditados, sobre a tal dose do veneno, que é ela que faz a diferença? Então, me achei. Se por acaso eu já tinha alguns traços de TDAH e da tal síndrome, era um veneno que me fazia muito bem, obrigada. O tal do hiperfoco e o pensamento rápido sempre estiveram a meu favor. Mas agora a realidade é outra, e eis-me aqui, tendo que me reinventar, aos 55 anos, e ainda sem poder fazer reposição hormonal, que o tal câncer não deixa.
Mas tudo bem, hoje decidi ressuscitar este blog, mesmo ainda tendo todas as dúvidas de quando ele começou. Será que faz sentido? Para que serve? Será que tenho mesmo o que falar? Seja realista e entenda que o que você pensa não necessariamente importa ou merece ser publicado. E tantas outras perguntas que costumo me fazer. Mas tudo bem, estou com vontade, e ando dando cada vez mais cabimento à minha voz interior.
O que lasca mesmo é saber que blogs estão fora de moda! E lembrar do querido mestre Ariano Suassuna dizendo que "escrever é a arte de cortar palavras", pois a primeira vez que ouvi esta frase, jurei para mim mesma que sim, seria eternamente leitora, era bem mais seguro! Mas a dor que me acompanha desde que perdi minha mãe, depois de quase 100 dias de luta por sua sobrevivência em um hospital particular aqui em João Pessoa (PB), me fez foi ter vontade de criar outro blog, e contar, ou seria elaborar a história? Enfim, escrever sobre aquele período, revisitar esse passado recente e, quem sabe, afastar alguns fantasmas que andam por aqui: Quase 100 dias de luta e solidão #FRANCISCA DINIZ (franciscadiniz1938.blogspot.com)
domingo, 18 de junho de 2023
segunda-feira, 18 de junho de 2018
Parabéns para a vida...
E tudo se fez silêncio, o tempo de calar finalmente chegou. Estranho. Acreditem, ela realmente gostou da novidade.
domingo, 18 de junho de 2017
Parabéns para mim...
gosto de aniversários
(sempre gostei)
não precisa bolo
festa
se tiver
ótimo
(nem sempre teve)
meu ano novo particular
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016
CORRER, CORRER, CORRER
A máxima tão falada pelo
jornalista Pedro Bial, quando apresentador do Fantástico, nunca foi tão
verdadeira em minha vida. Ando correndo atrás de uma vida (quase) normal, e de
uma rotina que me mantenha saudável, porque o tal do câncer não é brincadeira
não. Bom, correndo atrás é eufemismo, mal consigo dar cinco voltinhas na
pracinha perto de casa, mas já vejo certa regularidade na intenção, e comemoro
a conquista. Todas as especialidades médicas que visitei nos últimos meses me
receitaram atividade física, e quando vi não tinha mais jeito. Quando se tem
mais gordura no fígado do que nos culotes, a coisa está realmente feia. Então
corri atrás de fazer o que mais gosto. Comprar um livro! Escrito por um médico,
vejam só a coincidência, um oncologista. Perfeito. Correr, do médico Dráuzio
Varella (Companhia das Letras, 206 páginas) me conquistou logo no início,
quando o autor faz um questionamento que também é meu. “Existe sofrimento mais
atroz do que deixar a cama quente, no horário em que o sono é mais arrebatador,
vestir o calção, a camiseta e calçar o tênis para sair correndo?” Para em
seguida, comentar algo que sempre desconfiei. “Se ouço alguém dizer que acorda
cheio de vontade para correr, nadar, pedalar ou levantar peso na academia, por
educação fico calado, mas duvido que seja verdade”.
Como médico, ele lembra que a
maioria de seus pacientes, quando passam da fase difícil, reassumem o cotidiano
sem levar em consideração a saúde, bem ao qual só atribuímos valor se
escasseia: “O que me choca é que, ao emergir restabelecida desse inferno, a
pessoa que passou por tal suplício seja incapaz de andar míseros trinta minutos
diários". Pronto, a carapuça caiu na minha cabeça e encaixou como uma luva.
Adeus procrastinação. O jeito foi esquecer a fibromialgia, a fadiga pós
quimioterapia+radioterapia, e correr para dar umas voltinhas na tal pracinha.
Mas ainda tem mais, a cereja
do bolo do texto de Dráuzio Varella, algo que já tinha ouvido em algum lugar: “Mulheres com câncer de mama
enfrentam obstinadamente cirurgias mutiladoras que interferem com a autoimagem
e a sexualidade, passam pelas náuseas, vômitos e o mal-estar da quimioterapia,
perdem o cabelo, cumprem com rigor as sessões de radioterapia e os cinco anos
ou mais de tratamento hormonal. Quando explico que andar trinta a quarenta
minutos diários reduz em pelo menos 30% o risco de morrer por disseminação da
doença, benefício semelhante ao da quimioterapia, ouvem atentas e juram que vão
caminhar todas as manhãs. Juramento falso, conto nos dedos as que cumprem a
palavra”.
Pronto, outra carapuça caindo na minha cabeça, dessa vez como uma pedra!
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